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Brasil participa do maior diagnóstico sobre aprendizagem na primeira infância

Pesquisa é apoiada pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal e pode auxiliar na construção de políticas públicas educacionais e de redução das desigualdades

Publicado em 11/01/2024 14:00,
por Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal



Pela primeira vez na história, o Brasil participa do International Early Learning and Child Well-Being Study (IELS). O estudo, criado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), tem o objetivo de avaliar os conhecimentos sobre linguagem, raciocínio matemático, autorregulação e habilidades socioemocionais de crianças de 5 anos. Os resultados podem servir como apoio para o país pensar políticas públicas efetivas para a primeira infância e ajustar suas estratégias nas áreas da Saúde, Educação e Assistência Social.

Como instituição que trabalha em prol da primeira infância, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal é parceira da OCDE na realização do estudo. “O Brasil é o único país do Hemisfério Sul que participa dessa pesquisa. Os resultados dessa pesquisa poderão ser usados como bússolas para monitorar, avaliar, estabelecer rotas de correção e criar metas palpáveis para as diferentes políticas que se relacionam ao desenvolvimento e à educação infantil”, pondera Mariana Luz, CEO da Fundação.

Junto com instituições como Fundação Lemann, Instituto Tecendo Infâncias, Itaú Social, Instituto Beja e B3 Social, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal também foi responsável por levantar € 750 mil para a implantação do teste. Vale ressaltar, contudo, que ainda é necessário a captação de mais € 750 mil para que o projeto tenha continuidade.

Os resultados do IELS são mensurados a partir da escuta e aplicação de questionário sobre o desenvolvimento das crianças para famílias e das redes de educação infantil pública, privada e conveniada. Já a interação com as crianças será feita a partir de brincadeiras e histórias com auxílio de um tablet e o acompanhamento presencial de um pesquisador.

Importância do IELS para a redução das desigualdades.

Essa é a segunda onda da pesquisa e, além do Brasil, Holanda, Inglaterra, Estônia, Azerbaijão, Emirados Árabes, Singapura, Bélgica e República Tcheca participam dessa edição do IELS. A primeira onda foi realizada em 2018 e contou com a participação de três países: Inglaterra (Reino Unido), Estônia e Estados Unidos.

Na época, os resultados mostraram que, aos 5 anos de idade, a diferença de desenvolvimento entre o grupo que vive em situação de pobreza e as demais crianças equivalia a doze meses de aprendizado a mais em aspectos cognitivos e emocionais, que incluem noções numéricas, linguagem, memória operacional, habilidades como autorregulação e flexibilidade mental.

Esse dado do IELS, quando comparado ao Pisa dos mesmos países, ajudou a OCDE a enxergar a trajetória dos efeitos cumulativos da desigualdade. Ao somar o número de jovens de 15 anos com proficiência muito aquém do esperado para sua idade chegaram ao percentual de 4,8% do total, valor extremamente próximo ao do grupo infantil com menor desenvolvimento. “Embora não tenham sido as mesmas crianças avaliadas nas duas idades (o que ocorrerá no futuro), essas duas informações confirmam que, para as crianças mais pobres, começar em desvantagem significa continuar em desvantagem por toda a vida”, completa a CEO.

Atualmente, otrabalho está na fase de pré-teste e conta com a participação de 36 centros/escolas, cada uma com uma amostra de 15 crianças, em três regiões brasileiras (Norte, Nordeste e Sudeste). O relatório final será divulgado em março de 2026, com dados de 280 escolas/centros e 4.000 crianças.